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A super informação sobre o uso de bioinsumos no Brasil, com a participação de grandes empresas produzindo e comercializando inúmeros produtos, temos como consequência, uma certa apreensão por parte dos produtores em utilizarem vários ativos biológicos, com diferentes intuitos de uma só vez, visto que quanto menos entradas na lavoura, melhor e menos custo.

Os Blends são combinações de dois ou mais microrganismos benéficos em uma única calda de aplicação, com um intuito muito claro de sinergismo entre os ativos e a planta/solo. Porém, é preciso ficar atento aos principais cuidados que precisam ser tomados para que não provoque uma incompatibilidade ou uma menor ação proposta.

O manejo biológico ainda precisa ser muito estudado, tanto na compatibilidade entre os próprios microrganismos, como também com outros tipos de produtos (químicos) que estão presentes na calda. Dessa forma, a maioria dos estudos presentes na literatura científica avalia o modo de ação dos microrganismos de forma isolada, buscando entender como uma cepa específica influencia determinada função na planta, no solo ou até mesmo no controle de insetos. Em um cenário ideal, se fosse possível e viável, seria muito mais interessante começar a utilizar microrganismos específicos para um problema específico a ser resolvido.

Por mais que tenha informações sobre a compatibilidade de microrganismos, utilizar cinco, seis, sete microrganismos de uma só vez, querendo ou não, irá acarretar certa competição entre eles no produto em si, no meio de cultura, e também no solo. Atualmente, há produtos registrados no MAPA com no máximo três microrganismos.

Principal Caso de Sucesso

Um exemplo amplamente utilizado no Brasil é a coinoculação da soja com Bradyrhizobium e Azospirillum. Essa técnica combina dois gêneros bacterianos com funções complementares:

Essa coinoculação tem mostrado aumento no número de nódulos, maior volume de raízes e incrementos significativos na produtividade, quando comparada à inoculação apenas com Bradyrhizobium.

Segundo pesquisas da Embrapa Soja, a coinoculação pode elevar a produtividade em até 16%, dependendo das condições de manejo e do ambiente. Além disso, a técnica pode reduzir a necessidade de adubação nitrogenada, tornando o sistema mais sustentável e economicamente viável.

Cuidados e Desafios

Conclusão

Apesar dos grandes avanços e do potencial dos blends microbianos, é fundamental lembrar que os resultados no campo exigem paciência, manejo adequado e, principalmente, conhecimento aprofundado. Muitos dos efeitos positivos dos microrganismos são gradativos, sutis e, em alguns casos, não imediatamente visíveis após a aplicação.

Por isso, antes de apostar em consórcios complexos, é essencial compreendermos melhor o comportamento e os mecanismos de ação de cada microrganismo de forma isolada. Somente assim será possível explorar ao máximo as sinergias entre eles, evitando incompatibilidades e aumentando a eficiência das aplicações.

Com o tempo e o avanço das pesquisas, muitos dos questionamentos atuais serão esclarecidos. E então, os blends de microrganismos terão um papel ainda mais estratégico na construção de sistemas agrícolas mais sustentáveis, produtivos e resilientes.

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