Com o avanço das práticas sustentáveis na agricultura, o mercado de bioinsumos tem crescido rapidamente, oferecendo alternativas que ajudam a promover a saúde do solo e o melhor desenvolvimento das plantas. Dentre os bioinsumos, destacam-se os inoculantes e os biodefensivos, que são amplamente usados para melhorar a produtividade e a proteção das lavouras.
Saber sobre a formulação dos bioinsumos é fundamental para maximizar sua eficácia no campo e garantir um melhor aproveitamento. Cada tipo de formulação, seja líquida, em pó, granulado ou de outra composição, oferece vantagens específicas que influenciam diretamente na forma de aplicação, estabilidade e persistência dos microrganismos ou compostos ativos. Cada classe de organismos apresenta um modo diferente em relação ao ativo que vai no produto, como demonstrado na imagem abaixo:
Principais tipos de Formulações: Inoculantes
- Líquido
Essa é uma das formulações mais comuns para inoculantes e é preferida por sua facilidade de aplicação. A formulação líquida geralmente é aplicada diretamente sobre as sementes ou diluída e aplicada no sulco de plantio. Por ser uma solução líquida, tem rápida ação e é facilmente absorvida pela planta.
- Pó Úmido e Pó Seco
Essas formulações apresentam vantagens em termos de estabilidade e durabilidade, permitindo que os microrganismos se mantenham viáveis por períodos mais longos. São aplicados nas sementes ou no solo e são especialmente úteis em locais onde a conservação do inoculante em meio líquido é dificultada.
- Turfoso
A formulação turfosa utiliza a turfa como meio para transportar microrganismos. A turfa protege os microrganismos de variações de umidade e temperatura, sendo ideal para regiões com condições climáticas adversas. Quando aplicado nas sementes, oferece uma liberação controlada de microrganismos para uma fixação eficiente de nitrogênio. Porém, é recomendado a utilização de uma solução açucarada afim de melhorar a aderência do produto na superfície da semente.
Principais tipos de Formulação: Biodefensivos
- Líquido (Suspensão Concentrada e Emulsão de Óleo)
A formulação líquida é bastante utilizada para biodefensivos devido à facilidade de aplicação e à compatibilidade com equipamentos de pulverização convencionais. Essa formulação pode conter extratos de plantas, como óleos de nim, ou microrganismos entomopatogênicos que atacam diretamente pragas, como nematoides e insetos.
- Pó Molhável (WP)
Biodefensivos em pó molhável são formulações em pó que, quando misturadas com água, formam uma solução pronta para aplicação. Essa formulação é especialmente útil para microrganismos que precisam de um meio seco para serem armazenados e transportados, como os fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, que combatem pragas como lagartas, percevejos, cigarrinhas, etc.
- Grânulos Dispersíveis em Água (WG)
Os grânulos dispersíveis em água são uma alternativa conveniente aos biodefensivos em pó, facilitando o transporte e a dosagem. Essa formulação oferece alta concentração de microrganismos ativos e é aplicada diretamente no solo ou em calda para combate de pragas específicas.
- Suspensão em Gel
Formulação relativamente nova, a suspensão em gel oferece alta estabilidade aos microrganismos, proporcionando uma liberação gradual e prolongada. É ideal para aplicações em sementes ou no solo e contribui para uma colonização mais eficiente no ambiente agrícola.
- Isca Granulada
As iscas granuladas são usadas especialmente para controle de insetos de solo, como formigas e cupins. Essa formulação inclui atrativos que induzem o consumo do produto pela praga, aumentando a eficiência do biodefensivo e reduzindo a necessidade de aplicação em áreas amplas. Deste modo, este tipo de formulação é muito utilizada em culturas perenes.
Conclusão
As formulações de bioinsumos, como inoculantes e biodefensivos, oferecem soluções exclusivas para diferentes tipos de solo, clima e culturas, facilitando a adoção e boas práticas de cultivo e manejo. Cada formulação proporciona vantagens específicas em estabilidade, facilidade de aplicação e eficácia, permitindo que os produtores escolham a opção que melhor se adapta às suas condições. Com esses bioinsumos, é possível reduzir o uso de insumos químicos, melhorar a saúde das plantas e promover uma agricultura mais regenerativa e responsável.